07) O canto de cisne de uma produtora em um gênero…

E vamos nós para mais um post!

Responda rápido: o que Dynasty Wars, Warriors of Fate, The King of Dragons, Knights of the Round, Cadillacs and Dinosaurs, Dungeons and Dragons: Tower of Doom, Dungeons and Dragons: Shadow Over Mystara, The Punisher, Alien Vs Predator, Armored Warriors e Cyberbots têm em comum? Todos foram beat’em ups produzidos pela Capcom. Durante o final dos anos 80 e os anos 90, a Capcom reinou absoluto no gênero, sendo quase sinônimo de beat’em up. Entre os jogos do gênero produzidos por ela, um dos que fizeram mais sucesso (e que propositadamente não foi citado anteriormente) foi Capitain Commando. Com seu enredo de sci-fi dos anos 50 e uma boa pitada de piração na batatinha na criação dos personagens, o jogo fez com que muitos desejassem uma continuação. Oficialmente, ela não aconteceu.

Dito isso, vamos ao ano de 1997. O beat’em up não gozava do sucesso que tinha no começo da década, com as produtoras preferindo apostar em outros gêneros (principalmente os jogos de luta). A própria Capcom, com a sua série Marvel vs. Capcom (X-Men Vs. Street Fighter, Marvel Super Heors Vs. Street Fighter, etc) é um exemplo disso. Mas a empresa, que fez a alegria dos gamers que gostam de um bom espanca e anda fez, nesse mesmo ano, o seu canto de cisne no gênero. Mais do que isso: mesmo que não-oficalmente, ela retomou ao enredo inspirado na ficção-científica dos anos 50, fazendo que Capitain Commando tivesse uma “continuação”. Senhoras e senhores, apresento a vocês…

Tela Inicial do jogo!

“Battle Circuit” conta a história de um grupo de caçadores de recompensa que, em uma de suas missões de rotina, descobre um grupo que deseja se apossar de um disquete, que contém um programa chamado “Shiva System”, capaz de controlar todos os sistemas movidos por computador do Mundo. Dessa forma, eles passam de simples caçadores de recompensa a salvadores da pátria!

Assim como o seu “antecessor espiritual”, Battle Circuit possui as suas extravagâncias apropriadas ao tema abordado, a começar pelos personagens:

Os personagens mais loucos do beat'em ups! =D

Cyber Blue : O líder do grupo. Inspirado (levemente) no Capitain Commando, ele possui implantes cibernéticos em seu corpo que lhe dão poderes como disparar uma descarga de eletricidade ou projéteis de seus punhos.

Captain Silver : É o “Reed Richards” do grupo, podendo esticar o seu corpo de acordo com a sua vontade. Além disso, ele pode lançar projéteis de gelo e criar vários objetos de sua roupa.

Yellow Iris : Uma modelo com aparência felina que está sempre acompanhada de um esquilo. Extremamente ágil, ela conta com o seu chicote e seus rápidos ataques para acabar com os inimigos. Pessoalmente, a minha personagem preferida.

Pink Ostrich : Um avestruz com um tapa-olho e um colar de jóias que está acompanhado de uma garota chamada Pola Abdul. Auto-proclamada como “o único avestruz que consegue voar”, ela se vale dessa habilidade para atacar os inimigos.

Alien Green : Um alienígena de origem desconhecida com um olho em seu abdomen que se utiliza de ataques baseados em agarrões, lembrando um certo prefeito em seu estilo de luta.

E você achando que um bebê que controla um robô com alta tecnologia e uma múmia com um boné eram o máximo do nonsense que a Capcom poderia alcançar…

Esse espírito galhofador não é restrito apenas aos heróis. Os vilões também seguem o mesmo espirito de bom humor. Para ter uma idéia, temos desde um cientista maluco cuja massa corporal é quase na sua totalidade composta pelo seu cérebro, um cosplay sarcástico do Rei Elvis Presley, uma gigante (que, por acaso, era namorada do cosplay do Elvis), uma doutora acompanhada de seu pequeno bichinho de estimação: uma criatura enorme parecida com um macaco, e até mesmo um ninja cibernético que usa uma lesma gigante como montaria! É bem capaz de você perder algumas vidas nesse jogo por ter se distraído com a bizarrice dos inimigos.

É isso que acontece quando vc não para de rir da bizarrice dos personagens!

O visual é simplesmente espetacular! como foi um dos últimos jogos a se utilizar da placa CPS2, os programadores já sabiam todos os atalhos para extrair o máximo. E no caso desse jogo, não foi diferente: a paleta de cores é bem viva, os personagens são muito bem coloridos e desenhados (alguns irão reclamar do tamanho deles), os cenários são muito bonitos e se encaixam perfeitamente na proposta do jogo, mostrando que a CPS2 ainda poderia render muito mais.

Festa garantida com até 4 pessoas jogando! =D

Outro aspecto espetacular do jogo é a sua jogabilidade. Extremamente dinâmica (ainda que não tão frenética quanto “Alien vs. Predator”), cada um dos personagens possui uma variação enorme de golpes a serem executados. Além disso, há um aspecto que o diferencia dos outros do gênero: a possibilidade de aperfeiçoar o seu personagem com o dinheiro que é coletado dos inimigos, permitindo aprender novos golpes ou ainda aumentando a barra de energia. Isso ajuda a incrementar o jogo, fugindo um pouco do lugar-comum dos beat’em ups. Além disso, o jogo possui dois finais diferentes, sendo que você precisa atingir uma certa pontuação (mais de 3200000 pontos) ou conseguir todos os upgrades para enfretar o verdadeiro chefe final. Como sou um pereba, ainda não consegui isso, mas continuo tentando! =D

Para que vocês tenham idéia da gradne dessa maravilha desconhecida, como bônus, segue um gameplay completo do jogo:

O mais incrível dessa história é que, mesmo sendo um jogo classe AAA, o jogo teve uma distribuição pífia (apenas no Japão e na Europa), não tendo muito sucesso por conta disso. Talvez a Capcom não estava confiante no sucesso do jogo, muito por conta da “morte” do gênero. Por causa desse fracasso, o jogo não recebeu nenhuma adaptação para os consoles domésticos, e nem mesmo em uma das coletâneas da Capcom. Sendo assim, resta apenas o nosso amado M.A.M.E. para descobrir essa pérola desconhecida e não-valorizada, que mostra que um senso de humor bizarro e a exploração máxima do hardware podem render uma obra-prima de um gênero já cheio deles.

Uma dos flyers de diivulgação do jogo.

Bom, isso é tudo por hoje. Agora com essa volta em definitivo do blog, pretendo manter esse ritmo de um post a cada duas semanas, assim dá para o pessoal comentar e para eu debulhar a pérola desconhecida que será tema do post. Comentem no final do post e tentem advinhar qual será o próximo post, que já se encontra no cabeçalho.

Até a próxima e viva aos Arcades (e ao M.A.M.E.)!!!

Sobre A.L.A.S.

Um indivíduo extremamente saudosista e retrogamer disposto a ser um "Indiana Jones" dos arcades! =D
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11 respostas para 07) O canto de cisne de uma produtora em um gênero…

  1. Ritalinando disse:

    Eu adorava Beat’ em up, mas de uns tempos pra tenho enjoado, vou tentar esse ai pra ver se recupero a paixão

    • A.L.A.S. disse:

      Olá Ritalinando!

      Tenta mesmo, quem sabe você não recupera a paixão pelo gênero. E, pessoalmente falando, acho muito difícil você não recuperar, o jogo é fantástico.

  2. Caraca como eu nunca ouvi falar nesse jogo? Eu era (sou) apaixonado por Capitão Commando… Vou correndo pra casa jogar mame agora mesmo!

  3. E. Shiroma disse:

    Adoro jogos do gênero beat ‘em up, mas ao contrário da Rita, ainda mantenho meu gosto pela coisa!

    Esse jogo é de fato muito bom. Apesar de tê-lo jogado por várias vezes, nunca fui paciente o suficiente para terminá-lo. Nem ao menos sabia da existência desses finais diferentes!
    É uma pena que um jogo bom desses tenha sido tão pouco divulgado.

    Quanto ao próximo jogo a ser discutido, eu não consegui reconhecê-lo pela imagem do cabeçalho. Parece-me um shoot ‘em up, mas não me lembra nenhum que eu conheça…

    • A.L.A.S. disse:

      Fala Shiroma!

      O jogo é fantástico mesmo. Eu só soube mesmo dos finais diferentes quando fiz a pesquisa básica na internet para elaborar esse post. Por enquanto só consegui o “final normal”, mas vou continuar jogando até conseguir o outro final.

      E quanto ao jogo do cabeçalho: é um shoot’em up sim, mas têm um outro “genêro” associado a ele. 🙂

  4. Cacimba, rapaz, eu nunca tinha sequer ouvido falar nesse jogo, e parece ótimo! Valeu por desencavar essa pérola!

    Eu era um completo pereba em arcades, então minha história com Capitain Commando se resumia a assistir a outras pessoas jogando e ficar torcendo para o sujeito avançar, porque eu tinha a maior curiosidade em ver todas as fases. Só na versão de SNES tomei coragem de jogar mesmo.

    Muito legal isso aí, valeu pela dica!

    • A.L.A.S. disse:

      Orakio meu chapa!

      A intenção do blog é essa mesma: desencavar as pérolas escondidas nas milhares de ROMS e ISOS presentes no MAME.

      A versão do SNES para Capitain Commando é boa até, mas não supera a do Arcade, não só gráficamente, mas a jogabilidade também.

      Tenta jogar um pouco pelo MAME e depois me diga o que achou. Valeu!

  5. Pingback: Gagá Games » Retro-rápidas: Castle of Illusion voltando? E mais…

  6. Bond disse:

    já falei deste jogo no meu blog há quase um ano atrás, este descobri por acaso e realmente é ótimo

  7. aki é rock disse:

    Caramba hein esse ai é um achado ne´nunca tinha visto falar nas revistas sobre esse jogo viu e olhando para ele lembra muito o Captain Comando e o seu estilo de aprimorar o personagem ficou bem legal.Ainda mais um jogo desses com 2 finais naquele tempo era algo bem diferente pra época .

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